Um texto bem ruim

Quando eu era pequena gostava de copiar a tarefa errada, sempre esquecia os dois pinguinhos no sinal de dividir, só por que subtrair sempre foi mais fácil que dividir. Adorava as aulas de português, o que se faz contrário hoje. Eu me divertia escrevendo poemas, alguns que ainda guardo, e achava o máximo rimar palhaço com aço e no fim comparar a um maço de cigarros e no fim de tudo iria rimar com um pigarro.

Meu problema mesmo era na hora de assinar, ficava pensando nos poetas que eu lia: Vinicius de Moraes, Pablo Neruda... e outros que sempre tinham só dois nomes. Eu era Lílian Moreira de Alcântara. Um problemão, era um nome longo pra falar, mas não podia tirar o nome do meio por quê eu gosto da minha mãe, também não podia abandonar o nome do meu pai. Era uma grande aflição que não pudesse decidir entre o nome de meus pais.
Certo dia, sentei na mesa e comecei a rabiscar meu nome, Lílian Moreira de Alcântara, Lílian Moreira Alcântara, Lílian M. Alcântara, Lílian M. A, Lílian, Líli, Lili, Li, L, . , e sabe-la como aquele ponto ainda era eu, e guardava toda a genética dos meus pais... antes que eu completasse meu racicionio falei em voz alta: Carlos Drummond de Andrade. Sim, eu poderia usar meus dois nomes.
Cresci com a mudança de idéias, deixaria de lado a escrita, seria engenheira mecatrônica, me desencantei com engenharia, seria arquiteta, atriz, economista, atoa, atéia, hippie, nada, defunta. O importante mesmo é o que quer que eu fosse, ou seja. Digo, na minha profissão poderei assinar tanto Lílian Moreira, como Lílian Alcântara, Lílian M. Alcântara, ou até mesmo um ponto. Importante é trabalhar não é? Assim diz minha mãe.

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Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.