O passado raqueteando para o presente

Prometo não postar nos próximos dias, talvez, um ou dois meses sem atualizar. Não é um descanso, tão pouco descaso. Quem dera se a insônia tivesse passado. Se fosse falta de inspiração, até porque inspirar é ser triste e expirar... ah eu não sei expirar meus textos.
Passei um tempo, escrevendo alguma coisa oculta. Destas que a gente guarda na gaveta e nunca mais se lembra. Mas quando o papel amarela e se faz encontrado, o passado nos busca à velocidade da luz e grita e berra que você lembra daquilo.
Por mais que esqueçamos nossas histórias, ela nunca deixa de existir. Mesmo que só em um livro de biografia, num filme caseiro feito pelo primo ou na lembrança de alguém que nem lembramos. E é assim, o passado sempre presente em algum lugar.

O passado nunca passa
está sempre presente
precedendo um futuro
que nunca chega
e a espera é em vão

Putas desnudas
sonhando com uma vida melhor
e as paredes
intactas
de um imóvel
na zona sul
assoviando
e cochichando
baixinho
que este filme
eu já vi

Descalços 
meus calcanhares
amassam o chão
que insiste em berrar
o vinho derramado

O passado
à todo momento
gritando
que o presente inexiste
e que a solidão
não é triste
tanto
que ela existe

2 comentários:

Bruno de Abreu 21 de novembro de 2009 às 15:18  

inspirar não é ser triste... mas só inspirar tmabém é uma espécie de fracasso. "só" metade da coisa feita. ser verdadeiramente poeta é mesmo expirar seus textos. é algo recíproco: teus versos te arejam - vc os inspira - e depois vc os expira nos gestos. mas essa relação verso-poeta deve acima de tudo arejar, sempre. poema que não faz bater um vento na cara - seja forte ou só uma brisa - não gosto, não. ah, claro que tb não sei expirar meus textos, mas adorei essa comparação com a respiração. sempre gosto de usá-la.

Anônimo 22 de novembro de 2009 às 12:03  

Cancerianos...
Sofrem o tempo todo...
Por tudo.



edo...

Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.