Muito perfume, a melhor camisa, cabelos cuidadosamente arrumados, tudo previamente ensaiado, nenhum vacilo ou tropeço previsto. Abriu o celular de novo e releu a mensagem "eu vou, 13hrs em frente o restaurante". Apreensivo olhou o relógio de pulso e confirmou: faltavam seis minutos. Repassou todas as frases decoradas na cabeça, apalpou os bolso pra ter certeza que tinha levado tudo, celular, chave, carteira, convites pro cinema mais tarde, tudo certo. Chegou propositalmente mais cedo pra não correr risco do minímo atraso, ou diferença de relógio.
Cabelos longos e pretos balançavam bem longe, só via os cabelos não tinha certeza se era a mulher que esperava. Procurou fingir-se desatento pra não demonstrar um cara preocupado, nervoso ou apaixonado demais. Pensou em uma música qualquer para cantarolar. Não, parecia ridículo demais. Pensou em puxar um cigarro, mas e se ela odiasse cigarros? Olhou pra rua de novo, a mulher que pensava ser ela já estava bem próxima e não parecia nem um pouco com ela.
Atravessou a rua e comprou um Trident, voltou bem devagar pra passar o tempo. Não sabia mais o que fazer pra perder a ansiedade, começou a batucar os pés. Andou até o fim da rua, voltou. Foi até a outra esquina, voltou. Não sabia de que lado ela viria, olhou o relógio novamente.
_ Está atrasada três minutos. - susurrou pra si.
Ficou ali parado mais vinte minutos, se controlando pra não perder a elegância e não despentear o cabelo. Apostava consigo mesmo o tempo que ela demoraria a chegar: "mais cinco minutos e só". Quando se deu conta já eram 14:30, nada de almoço juntos, seu estômago cheio de dores, nada de convidá-la para um cinema à noite.
Deu um passo rumo a rua para ir embora, parou e olhou em volta. O que pensariam aquelas pessoas? Todas elas viram ele esperar uma hora e trinta e seis minutos ali, iriam rir dele, tomou um bolo feio. E ele ainda esperou bem mais que qualquer pessoa esperaria, que desculpa arrumaria pra ir embora? Olhou para os lados, pegou o celular, fingiu receber uma ligação, fez cara de surpreso e foi andando com o celular ao lado da orelha. Suava para representar a cena, andava devagar para não ser muito observado.
O celular tocou de verdade, com ele ali, fingindo atender o celular. O que faria agora? Olhou para uma criança que passava com a mãe do seu lado, o menino riu. Ele se sentiu envergonhado, olhou quem estava ligando, "era ela", atendeu com raiva e... bateria fraca.
Diz a lenda que o celular ficou jogado no chão até um pouco mais tarde, quando alguém achou.
5 comentários:
meu pior texto, oi.
Pior nada! Embora trate de algo não muito original, o seu jeito de contar a história conseguiu me prender.
Carro Inundado?
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esse foi demais! O carro inundou? É so ligar para... ou acesse o site... auahuaahuah! Tô achando muito divertida essa história de Anúncios Google.
aposto que o nome dele era aaron.
um beijo!
Eee se eu te dissesse... ...aah acho que você não vai me acreditar... ...que este talvêz, talvêz mesmo, tenha chegado ainda mais perto da realidade. Mas que desta vêz não poderei contar...
(que mania essa, de descrever fatos reais... ...ou talvêz, talvêz mesmo, minha vida é que seja irreal demais)
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