_ É, no ínicio eu até que tinha medo, não é medo... é que é estranho enterrar gente todo dia, você vai começando a ver vida naquelas pessoas, eu não nasci pra ser coveiro não... tem que ter o coração muito duro, tem que ter (...) Teve um dia que sentei numa tumba destas aí e me achei meio morto, não sei. Era estranho eu não tinha vontade de sair do sol, de ir pra casa, eu olhava assim, eu me sentia em casa, né?
Ah mais ai chegou um defunto pra gente enterrar, nem família o cara tinha, era só cavar e jogar ele lá dentro, sem sentimento nenhum. Eu levantei mais que depressa, reanimei né? A gente sente até estranho, parece que gosta do que faz, é feio falar que gosta de enterrar gente né? Aí, eu mais meu amigo ali, enterramo o defunto e naquele dia acho que enterrei minha alma junto...
2 comentários:
Quando minha tia morreu, fomos eu e minha familia para o velório em Ipatinga e posterior enterro, em Mesquita. No cemitério descobrimos que o coveiro estava atrazado com a cova, que ainda não estava pronta quando o corpo chegou... ...minha tia teve que esperar pra ser sepultada.
Mas o detalhe dessa história não é isso, e sim o fato de que o coveiro tinha ajudantes, a esposa e a filha, um moça bonita, de 17 ou 18 anos. Ali, a morte era um assunto de família mesmo...
Apague esse comentário depois... ...não combina com seu texto.
edo...
muito do poeta, esse coveiro
veuriveuriguud, brod
sério, tá demais!
Postar um comentário