Teorias intertextuais

Você só não gosta daquilo que não conhece, narrava entre suas viagens biológicas o Sr. Edvaldo Barros, e chegou a me convencer que biologia era amável, e que o estudo das plantas podia me ser útil. Terminei de concluir minha hipótese sobre: quando na minha futura vida de hippie pegadora de carona eu iria utilizar estes conhecimentos. Nada cairia melhor para a situação que o filme (também em livro): Na Natureza Selvagem. E mais uma vez estava ali o Edvaldo, ou tio Ed, me convencendo que só não gosto daquilo que não conheço.
Comecei a procurar outro defeito na teoria então, pra que gostar se aquilo não muda realmente a minha vida? Tudo bem que as plantas já estão provadas, mas porque devo gostar de uma pessoa se ignorá-la é tão mais fácil? Que me desculpem os freqüentadores de igreja que são obcessos pela arte de ajudar ao próximo, mas não nasci pra isto, é tão mais fácil ignorar e só ajudar quem eu quero.
Meu terceiro, ou quarto, melhor professor (escalado assim numa comparação de toda a vida) veio então com a nova bomba. O cara do meu lado que eu recuso a ensinar matemática hoje pode virar um bandido amanhã e, acidentalmente (ou não) matar um "ente querido". Que tal pensar o contrário? Já que nós, defeituosos seres humanos desonrados pelo próprio reino do qual nos sentimos donos... já que nós somos gananciosos e só acreditamos na teoria quando ela nos faz bem, nenhum medo do mal. (Afinal, durante a tpm, tem como piorar? - mas tem). Imagina agora se você ajuda o cara do lado a estudar, ele torna-se um médico e TE ATENDE DE GRAÇA, aceitou o desafio agora?
Ainda faltava completar a teoria, tudo bem estudar e aprender já faz sentido, depois que fizer isto aprendo e passo a gostar da matéria (teoria comprovada pessoalmente pela pessoa mais orgulhosa do mundo, que não muda de idéia fácil sobre "gostos", principalmente), depois de aprender passar o conhecimento também já é útil (por enquanto só acredito na teoria). Mas não apareceu nenhuma Geisa pra completar o grande e desvinculado raciocínio pregando uma proposta do "porque esperar? comece agora". Afinal se tem pecado capital mais justo é a preguiça.

2 comentários:

Anônimo 17 de fevereiro de 2009 às 11:42  

Ora, vejam só...

Christopher McCandless né ?!
Começo a pensar que você sabe de tudo que eu só estou conhecendo agora, que está sempre dois passos na minha frente.
Essas novas gerações são incríveis mesmo... ...e eu que sou do velho mundo, estou cada vêz mais velho. Bom o nosso amigo Chris se afundou no Alasca, onde passou seus últimos dias (vc sabe)... ...mas sabia que ele manteve um diário ?
O seu diário contém registos cobrindo um total de 113 dias diferentes. Esses registos cobrem do eufórico até ao horrível, de acordo com a mudança de sorte de McCandless. Como eu sei ? Fora o Wikipédia, se não fosse esse dia a mais de vida, era ele a estar no lugar de Frank Calloway em Le Vanille.

Coincidência ? Quem vai saber, né !....

edo...

Bruno de Abreu 18 de fevereiro de 2009 às 21:25  

muito interessante a opinião de seu terceiro ou quarto melhor professor...

E vc não nasceu pra ajudar o próximo? É... não vai ser fácil achar médico que te atenda gratuitamente, ao menos que vc goste muito de matemática.

Bruno

Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.