Demarcar um novo limite

Lá no fundo do mar, uma bóia com um pauzinho pra cima flutuava e eu não cansava de pedir informações ao meu pai: Que é aquilo? Pra que serve? Que me fazem se eu for até lá? Talvez, se eu fosse um pouquinho mais velha entenderia que era um limite, assim como todos lugares do mundo têm um limite. Você não pode ultrapassar as grades, não pode ultrapassar a vida, o além, não pode ultrapassar X km/h, nem àquela cerca.
Eu gosto de ultrapassar limites, quebrar barreiras e mudar meu limite aos poucos. Se o limite é chegar em casa meia noite, porque não chegar meia-noite e meia? E meus pais acabam esquecendo que era meia-noite, meia-noite e meia é meu novo horário, que tal uma hora? Duas? Porquê não dormir fora?
Não é pelo prazer de ultrapassar isto, é pela liberdade. Já viu como aquele território pequenininho: Israelitas x Palestinos (Judeus e Árabes) faz um estardalhaço pelo mundo? E a gente tem tanto lugar desocupado aqui no Brasil, porque não se mudam alguns pra cá? Não. Precisam ultrapassar os limites, mas não o fazem de forma consciente. Que tal atravessar a fronteira que os divide e dar um abraço no Judeu? Um beijo no árabe? Casar-se. Viver um Romeu e Julieta com repercussão mundial? Não falando de amor, romantismo... procurando paz na guerra.
Isto é ultrapassar os limites. Não seguir as regras em busca de algo melhor, pra você ou para todos. Sem prejudicar ninguém. Voltando à Palestina, o que você acha que aconteceria se todas as crianças dos dois lados resolvessem atravessar a barreira, escondidas ou não. E abraçassem as outras crianças, e os pais que fossem buscá-las percebessem que o outro lado não é tão terrorista como parece? Se uma só pessoa faz isto, ela é fuzilada. Se todo mundo faz, cada um por si sem se perguntar "será que meu vizinho vai?" ou criar mais limites para você "só vou se meu irmão for". Não é assim que se ultrapassa os limites. Cada um faz por si, mas todo mundo faz junto.
Estou ficando confusa.
O único problema de ultrapassar estes limites é que depois dali não existe o limite dois, ou coisa parecida. Imagine que você ultrapassa a bóia no mar que indica profundidade, trânsito de navios, risco de tubarões. Você nada vinte metros a mais e não sabe se daqui a vinte metros ainda estará vivo ou não. Fica com medo e volta pra dentro do seu limite, a sua grande bolha de plástico que te limita por todos os lados. Lados? Não, dentro de uma bolha não temos nem se quer direita ou esquerda.

1 comentários:

Anônimo 4 de março de 2009 às 08:40  

Ahh você já sabe... ...tá bom, o melhor que já vi sobre o assunto, e navega por um assunto paralelo, misturando os dois... ...muito estilo, gostei, mas meus comentários começam a ficar meio suspeitos... ...comentário de fan, não conta. :)

edo...

Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.