Eu não sou eu


Eu deveria saber que não sou eu o ser mais próximo de mim mesma, eu sou eu e o contrário desta frase diz o mesmo, porque não tem contrário em ser eu. Ou tem? Não ser eu seria ser outra pessoa? Mas esta pessoa passaria a ser o meu eu e eu ainda seria eu, e se tenho base tão forte em mim, faria daquele outro eu um reflexo perfeito e não inverso do que sou hoje.
Quanto a ser próxima de mim eu não sou, me perco no distante no vazio que mora em mim e viajo por lagos e mares estatelando-me em pensamentos inuteis que me faz por um segundo estar tão distante e tão distante que deixo o meu corpo desalmado, uma viagem cósmica (ou quase isto).

Semáforos que se enaltecem tornando-se três marias, umas constelação verde,vermelo e amarelo. Cores que me rodeiam por toda a parte, seja ela o inteiro ou só uma parte.
E nada disso faz sentido, é tão estranho, e tao óbvio mas eu me perco comigo. É como se não tivesse nada abaixo da minha cabeça, tudo é mais alto, tudo é mais esperançoso e derrepente um baque, um tropeço, uma queda, queda livre. "Abaixo, sempre sul é a direção".
Tudo bem se minha mente é fantasiosa, se me convenço fácil pelos livros, ou sou difícil para os amigos. Tudo bem uma ova, tá tudo errado, atrapalhado, deconfigurado, preciso de pé no pedal, correr mais, acelerar o que posso, passar o próximo (obstáculo). É tão ruim ser alguém reflexivo e alguma coisa me diz que é mais fácil saber a idade exata do planeta que tentar entender a minha cabeça. Talvez seja por isto que já existiu bilhões de pessoas pesquisando origem da Terra, e nenhuma se quer procurando me entender, confesso que nem eu.
Pra que entender, quando a ciência é exata? Mesmo que eu entenda por que eu gosto mais de chocolate preto, vai continuar sendo assim, vou continuar comprando chocolate preto, e se eu não entender também dá na mesma. Então: pra que preocupar em me entender?
Eu não sou eu. Se eu fosse, não estaria aqui.

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Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.