Só mais um post

Já era bem tarde quando fui acionada por uma ex-aluna de redação. Além de fazer perguntas sobre como eu ia depois de tanto tempo sem nos ver ela queria saber o que era uma "dissertação subjetiva". Tentei explicar, mas acabei me complicando. Aliás, eu também tinha um pouco de dúvida à respeito.

Àquela hora não era muito certo da minha parte acionar o Google, todo mundo precisa dormir. Até mesmo um site. Rascunhei em segundos o que eu chamaria de dissertação subjetiva, caso me perguntassem no pulo - como foi - e prometi levar à minha professora de português pra confirmar minhas desconfianças sobre o assunto.
Eu cheguei lá, ou quase.

Um Woodstock pentacampeão

Era pra ser mais um show de rock, com um monte de hippies assistindo e entrar no esquecimento depois de três semanas de jornal. Mas o Woodstock estrapolou todas as barreiras previstas e programado pra receber 180.000 pessoas acabou sendo invadido por 500.000, ou quase.

A festa aconteceu em 3 dias – 15, 16 e 17 de agosto de 1969 – o que quer dizer que estamos à 40 anos, quase exatos, depois. Ou à este tempo do segundo dia da festa que como pode-se perceber, não foi esquecida em semanas, nem décadas de jornais.

Drogas, sexo e rock’n roll. Maconha, amor e Janis Joplin. Com Jimi Hendrix tocando o hino dos Estados Unidos ao som de notas que mais pareciam tiros de fuzis e Janis sendo a maior estrela dos três dias de espetáculo, o festival entrou pra história com lastimáveis tentativas de repercussões, em anos bem distantes da guerra do Vietnã.

Meio milhão de hippies unidos em uma fazenda dos Estados Unidos ouvindo o melhor do rock do fim da memorável década de 60, dois registros de partos e quatro abortos, sabe-se lá quantos cigarros de maconha. Afinal, era uma oposição à Guerra do Vietnã, a maior exposição da cultura hippie, um grande encontro de amigos ou um erro que deu certo?

A república tupiniquim tentou incontáveis vezes reproduzir a festa, nenhuma edição do país do samba ou mesmo do país original alcançou o sucesso. Os tempos hippies do país do samba teve Raul Seixas no rock e o resto era MPB. Chico Buarque de Holanda ou Caetano Veloso. Nada de Janis, Jimi. Beatles, The Who e nhenhenhês solados por guitarras.

O Brasil sempre se destacou pelo samba e a bossa nova, os lanças-perfumes e o Rio de Janeiro, ser tropical e ter a maior floresta do mundo. O grande Woodstock verde e amarelo devia ser no corcovado, com aroma de loló, e a música? Como diria Drummond: letra de Chico com música de Tom. Até porque piratear a cultura de uma década, uma geração e um país que não lhe pertence, nunca vai servir pra comemorar nada além da falta de autonomia, relembrando também Cartola.


recomendação do dia: http://www.revistabrasileiros.com.br/edicoes/24/textos/643/

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Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.