Os Anjos Caídos (ou A Construção do Caos)

"Pai, me ensina a ser palhaço

Pai! Me ensina a ser palhaço.
PAI! ME ENSINA A SER PALHAÇO!

_ Isto não se ensina, seu bosta!"

Foram estas as palavras que me fizeram, de alguma forma a encantar pelo Cordel do Fogo Encantado. Que tanto quanto Teatro Mágico, passa de banda à ser trupe. Narram poemas dignos do Nordeste, mantêm uma incrível presença de palco. E falam daquele clichê, demodê, tão perdido nas imbelezas da pós-modernidade.
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Não creio em Deus. Sou atéia, incrédula ou como queiram chamar. Prefiro não debater o assunto pra não ser ofendida nem ofender ninguém. De futebol, religião e política, só discuto mesmo futebol, e quando o meu time tá ganhando.
Mas um dia, alguma coisa que levava encarnada o nome de Deus me chamou a atenção. Creio em Deus como uma personagem magnífica. Assim como creio no Dom Quixote, no Fabiano de Vidas Secas ou na Allie de Taken. Sintam-se à vontade então:



Os homens são anjos caídos que Deus mandou para Terra porque
botaram defeito na criação do mundo. Aqui, começaram a
inventar coisas, a imitar Deus. E Deus ficou zangado, mandou muita chuva e muito
fogo, eu vi de perto a sua raiva sacra, pois foram sete dias de trabalho intenso,
eu vi de perto, quando chegava uma noite escura
Só meu candeeiro é quem velava o Seu sono santo
Santo que é Seu nome e Seu sorriso raro
Eu voava alto porque tinha um grande par de asas
Até que um dia caí
E aqui estou nesse terreiro de samba
Ouvindo o trabalho do Céu
E aqui estou nesse terreiro de guerra
Ouvindo o batalha do Céu
Nesse terreiro de anjos caídos
Cá na Terra trabalho é todo dia
Levantar quebrar parede
Matar fome matar a sede
Carregar na cabeça uma bacia
E esse fogo que a Sua boca envia
Pra nossa criação
Deus
Esse terreiro de anjos
Esse errar que é sem fim
Essa paixão tão gigante
Esse amor que é só Seu
Esperando Você chegar
Os Homens aprenderam com Deus a criar e foi com os Homens que Deus aprendeu
a amar.

Os Homens aprenderam com Deus a criar e foi com os Homens que Deus aprendeu
a amar.

1 comentários:

Wilson Ossoguju 21 de agosto de 2009 às 19:28  

Que beleza, né...
Essa semana conversando com uma amiga sobre a bíblia, falei que se tratava de um livro, ou seja, é subjetivo, está aberto à interpretação do leitor, etc, e falei que assim como ela pode crer no Jesus da bíblia, eu posso crer no Dom Quixote. E uma verdade não sobrepõem a outra, né...

Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.