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Sob grande desaprovação de famíliares e amigos fica difícil seguir com o planto de silêncio. Minhas falas têm se tornado escassas mas não chegaram ao nível zero ainda. Vou diminuindo e diminuindo, falando cada vez menos, e só nas horas realmente necessárias.

Certo sentimento de impotência me persegue. Algo me diz que não estou conseguindo. Vou diminuir aos poucos, e em vez de uma data de término predefinida, vou ver até node consigo. Falar cada dia menos, até acostumarem-se e chegar ao zero. Porque ninguém acostuma com a idéia de decidir tudo por e-mail? Ou eles falarem e eu só ficar calada ou anotar algo em um papel?
Agora entendo aquela coisa de efeito dominó. Você se cala e todo mundo tem vontade de silêncio. Se eu pergunto pelo papel, não respondem com a voz. "É automático" - dizem. E vou provando do silêncio que lhes passo. Surge uma baixo estima. Não é angustia de ficar calada, é de perceber que não consigo ficar calada. Que minha voz se faz necessária. Assim eu não aprendo até onde ela é necessária.
Eu não sei se é um desafio que eu me propus, se é algo bom ou ruim pra mim. Mas quero ficar calada. Os bebês vivem tão bem assim...
Enquanto isso, meus escritos vão aumentando. Um diário em word vai sendo redigido. Um bloco de folhas vai se enchendo, um caderninho e as ultimas folhas do caderno de todo mundo que senta em volta. (Ouvindo Pato Fu) Enquando minha greve de silêncio não funciona muito bem, vou abrir a greve de computador às terças e quintas. Tentar. É pra ver se estudo, e se desvicio. Melhor, greve de internet.
Porque de computador é difícil, isso pode prejudicar meus escritos. Só virei ao computador nestes dias da semana se for extremamente necessário. No mais, me manterei no meu projeto de biblioteca projetando novas greves - ou estudando.
Era para ser uma foto, mas não percebi que a câmera estava ligada em filmagem. Eu no meu projeto de biblioteca:



1 comentários:

Anônimo 9 de junho de 2009 às 15:12  

Nem todo silêncio é mortal. Só a maioria.

Muitas causas nobres tem consequências trágicas.

Eu só sei que não concordo mais com isso.

(...)

edo...

Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.