Dá-lhe poemas

Uns poeminhas que achei remoendo meus rascunhos. Vou postar só pra desacumular os papéis em cima da cama. Mas são chulos, não precisa ler.
Canção de Bolso

Carrego uma canção no bolso
Que pra Marte eu vou levar
Quem compôs foi a despedida
E em cada verso eu vou lembrar

Vindo em minha direção
Chorou ao dizer
Embora tinha que ir
Meus olhos, se encheram de pranto
Meu sorriso então se foi

E no sopro da sua voz
Se foi todo o meu rancor
Não havia dúvidas
Ali se fora mais um grande amor

Carrego uma canção no bolso
Que pra Marte eu vou levar
Quem compôs foi cada esquina
Que derrotou aquele lugar
Em cada dose de bebida
Se ia um pedaço do luar

Nem cachaça, nem vinho
Tirava de mim a dor do partir
Eu não sabia se você ia sentir
Tanta falta quanto eu
Eu nunca entendi
Parece que cada sorriso
Tem um moinho pronto pra destruir

E o sonho se acabou, você pra sempre se foi
E eu aqui fiquei
Você pra Marte e eu pra Jupter
Acabou como uma canção
_ Meu amor não vá embora
Só pensava nisso aquela hora.
E partiu meu coração

Carrego no bolso uma canção
Que pra Marte eu vou levar
Se é você que vai pra lá
Se é eu que vou ficar
Não tem a menor explicação

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Anjo Bulbônico

Ai aparece aquele anjo bulbônico
Que pra ajudar precisa atrapalhar
Joga tudo que é verdade na sua cara
E mostra o caminho que vai ter que percorrer
Mostra que pra ser feliz precisa abandonar você
E cada felicidade cheia de defeitos
Que eu até gosto mas só trás prejuízo

E é por esse meu orgulho que te ligo
E peço pra não tentar voltar
Quero seguir a minha vida
Botar cada coisa em seu lugar
Quero seguir a minha vida
Botar cada coisa em seu lugar

E ai a vida vira
A Terra gira
Semana que vem volta
Semana que vem vai
Eu sou seu anjo bulbônico
E te peço pra não tentar voltar
Não tentar voltar

Eu vou seguir a minha vida
Por as minhas coisas no lugar
Espero que você faça o mesmo
E de mim leve apenas o fugaz
Me desculpe mas eu quero ser feliz
E com você não dá
E sem você não dá
Desculpe meu anjo
Mas sou bulbônico e não vou voltar
Mas sou bulbônico e não vou voltar

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Crer

Crer. Crer em Deus
E em não sei o quê
Crer. Crer em mim
E em você
Crer. Eu já não creio.

Porque era só uma criança feliz
E você creia ou não
Ela morreu
Creia.
Ela morreu dentro de mim
e não consigo tirar seu corpo

Crer. Crer em Deus
E em não sei o quê
Crer. Crer em mim
E em você
Crer. Eu já não creio.

Porque era só mais um amor
E quer você creia
Quer não creia
Se acabou na crença
Porque era mais fácil crer que a gente era feliz
Mas de crença a igreja ta cheia
Cheia de aleijados esperando a cura

Crer. Crer em Deus
E em não sei o quê
Crer. Crer em mim
E em você
Crer. Eu já não creio.

Porque quer você creia ou não
Falam do criador
E eu já não creio mais
Porque quem cria dizem que é Ele
E se eu destruo
Sou o satanás

E vejo tanta gente morrer na fé
Quantas vezes vou ter que repetir
Que crer, já não creio mais.
Não creio que amanhã o sol vai nascer pra mim
Porque hoje eu posso morrer

Não creio que amanhã o sol vai nascer pra mim
E eu vou me esconder
Crer, já não creio mais
E não me chame de satanás

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Eu quero é gritar

Me arraste daqui
Já não quero, já não penso em ficar
Me leve daqui
Pr’uma esquina
Quero a mesa de um bar

Me arraste daqui
Não vou pra longe
Mas também não quero ficar perto
O mundo desabou
E a culpa é minha

Não prestei atenção
Na sinalização
E agora o mundo acabou
Quero beber em um bar
Quero esquecer e lembrar

Me arraste daqui
Já não quero, já não penso em ficar
Me leve daqui
Pr’uma esquina
Quero a mesa de um bar
Quero a bruma da noite

Eu quero beber
Eu quero entornar
Não basta essa brisa
Pra me molhar

Eu quero me perder
Vou me esquecer jogada um canto
Eu quero gritar
Eu quero gritar

Mas na parede em um retrato
A sua foto pede silêncio
Eu quero é gritar
Eu quero é gritar

Me arraste daqui
Já não quero, já não penso em ficar
Me leve daqui
Pr’uma esquina
Quero a mesa de um bar
Quero a bruma da noite

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O mundo se divide em quatro

O mundo se divide em quatro partes
Cachorro que não mama não faz arte
O abstrato em chamas
Quando o circo pega fogo
Cachorro que late é bandido
Bota fogo no pano, é palha
Palhaço, o meu coração ta num regaço

O mundo se divide em quatro
É parede, cama, teto e quarto

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Poema de bolso II

A cara pintada no espelho
Um cigarro no canto da boca
Se o teu corpo é quente
E a minha mente é fria
Outra hora a gente põe isso no morno
Mordomia
Pra tudo que eu faço
Tem sempre um palhaço
Pra perguntar o porquê
Não faça dos miolos a tripa
Que o coração dissipa
Larga a bobeira de ser mão
Porque a mão que é bobeira perde a estribeira

(acho que este já foi postado)

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Lorotas de um ser

Mundo pago
Mundo vago
E sem razão

Munto otário
Cabe dentro do armário
A minha solidão

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Fim!

2 comentários:

Anônimo 16 de setembro de 2008 às 17:16  

Por mais que vc não quizesse que eu lesse, (ou não, né?), eu li.

Gostei de Todos, exceto um que vc sabe cual é,
Mas no geral, são ótimos!
Ótimos mesmo!
Vc é fera demais!

Anônimo 16 de setembro de 2008 às 19:34  

exceto um que eu sei qual é, HDOAISUDHIOASUDH seria "Crer" ? Aliás você deixa de gostar de um poema apenas por que a idéia dele é contrária a sua? Muito feio isto dona.

Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.