Contra a Ló

Não quero mais fazer deste blog um diário indireto, por isto tenho diminuido meus textos, estou controlando parte da vontade de escrever, centrando minhas forças em uma narrativa extensa que costumo chamar de livro (como vocês podem perceber não me libertei do "jeito diário de escrever"). O nome deste livro veio num texto que eu estava rascunhando por aqui, Contra a Ló. Esta palavra "ló" andava me perseguindo, cheguei a usá-la várias vezes sem conhecer seu sentido, eu inventava os sentidos pra que ela se encaixasse no meu texto, e como magia tudo deu certo. Eu usava num sentido, figurado, correto. Depois que olhei no meu fiel dicionário online da priberam:

Ló : O lado do vento; parte em que se arrumam as velas de um navio.

Descobri que não precisaria de título melhor, e do título saiu o livro inteiro. Peço desculpa aos que andam reclamando da minha mudança de tom ao escrever, sei que estou viajando pouco, realista demais, e crítica. Pareço um jornal.

(talvez por isto à foto ao lado, troco minha cara por um jornal.)

E para os poucos curiosos sobre como anda meu livro vou colocar aqui alguns trechos:

Meu nome já nem sei, talvez me lembre ao decorrer deste livro. Escrevo desde muito pequeno, acho que comecei aos sete anos de idade. Sempre gostei de ler e de escrever, queria seguir carreira musical, não deu, não tenho talento algum. E num impulso, só pra não ficar parado comecei a escrever e me intitulei escritor, poeta, ou como queira chamar. O fato é que pra isto também não tenho dom, nem uma boa editora. Só tenho um sobrenome de peso. Alvarenga. Herdei da minha mãe, Vivian Alvarenga. Uma das maiores escritoras que passaram por aqui.

(Pausa para uma tragada no cigarro).

Não sei porque resolvi escrever este livro (...)
Inicio a partir de hoje esta história em terceira pessoa, de um ser que mora dentro de mim, não sei se é personagem ou um dos lados da minha personalidade. Traços auto-biográficos e ao mesmo tempo ilusões, reflexos da minha adolescência, passado.(...)
Mas, voltando ao livro. A história da minha personagem, começa num museu, onde acontece a primeira desgraça de sua vida. Levando em conta que esta personagem é parte de mim sabe-se também de seu terrível passado, com traumatizantes perdas e outras coisas citadas ao longo do livro.

(escorre a primeira lágrima)
(...)
Todos os flashes passavam na sua cabeça, era impossível acreditar que ele tinha morrido. Por um momento até em Deus ele acreditou, por que é incrível alguém morrer, nunca mais o encontraria nem por acaso, não adiantaria esperar suas ligações, e o pior talvez, é que quando terminasse de jogar a terra toda não teria quem o consolasse.
Pensou tanto que nem percebeu que já estava diante da cova, terminaram de jogar a terra, o padre falou algumas palavras que ele nem conseguiu ouvir. Não dava pra pensar em outra coisa, era fatal. Ele já acostumara com aquele filme, mas não aprendia nunca. Queria se matar.
Tava na hora de passar do querer, ele sempre quis tanta coisa e ficou se freando por isto e aquilo, já não tinha mais o que perder.
Chegou em casa aos prantos, foi direto pro seu quarto. Como se tivesse alguém em casa fechou a porta do quarto com chave, tirou um cigarro de maconha do bolso, acendeu e começou a apertar. Abriu a porta do guarda-roupas tirou lá do fundo uma pedra de crack, misturou com um pouco de álcool e cheirou, foi um baque só.
Quando acordou estava no hospital, não sabia como alguém tinha entrado em sua casa. Entendia perfeitamente o que tinha acontecido.

A história do livro é bem complexa, passa por problemas e mais problemas, é tudo muito confuso. Por enquanto vou postando trechos aqui, e se alguém quiser revisar pra mim e preferencialmente mandar pra uma editora bacana depois (haha), até o fim do livro.

1 comentários:

Anônimo 16 de setembro de 2008 às 17:23  

Muito bom!!

Não gostarei nem um pouco se vc colocar mais trechos, tá??

rsrs

É bem o que vc me falou mesmo!!
(Vc não falou mentira!!)

hehe

Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.