Um par de All Star vermelhos caminha sobre a rua, sob a chuva. Ao pé do ouvido a Janis grita pra que ela chore, "cry baby, cry". O moletom azul parece ter sido esquecido em casa, os pêlos dos braços mantêm-se arrepiados, e um tremor: frio. Janis é trocada por Alberto Rodrigues que sabe bem melhor como afligir alguém relembrando que o jogo continua de 1 x 1 aos 40 minutos do segundo tempo.
De repente é gol! Os braços se erguem, o estádio lotado quase se concretiza dois passos à sua frente. Joelhos doem mais no frio, se é que alguém aqui tem condromalácia. Os passos ficam mais calmos, e a cabeça mais gritante, e sem aviso prévio GOOOOOOOOL.
_ Três a um? - a essa altura do jogo? Do fôlego?
O frio não passa, a fome também não, adiante um carro à toda velocidade, uma poça e o resto já sabem. Molhada, com frio, com fome, a noite, e a voz de Janis ecoando ainda implora para que chore, não tem porque chorar, mas alguma coisa encomoda, algo implora para que chore e ela nem acredita nessas coisas.
_ GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL! - 4 x 1 ? No final do segundo tempo? Essa virada toda? E porque a Janis quer que ela chore?
Alguma coisa parecida com fios de cabelo de milho atravessam seu caminho, estão jogados no chão, molhados pela chuva. Chamam a atenção por estarem dispostos de forma que parecem simbolos japoneses, chineses ou como preferir.
A voz de Alberto Rodrigues é trocada pelo desafinado china e "acendo um cigarro, o vício é tudo que você deixou pra mim", nunca foi tão real...
1 comentários:
Ow, gostei do que/como você escreve! Vim parar aqui depois de clicar no seu nome lá nos comentários da Alice Sant'ana.
Pô e quê isso, né: Janis... Alberto Rodrigues vibrando com o Cruzeirão... e depois o China... tô na torcida pra continuar postando! Abraço procê!
Postar um comentário