Era uma tarde de ar seco. O sol cansado amarelava no poente. Dali não se ouvia muito barulho da cidade, às vezes algum grito vindo de uma vilazinha ali perto, lá em cima uma pipa tentava resistir sem muito vento, era gostoso imaginar o rosto da criança que a empinava, e que os gritos ali ouvidos eram dela.
Ele olhava pra pipa, depois pra sua mão. Se imaginava com um carretel e ... aos poucos foi se lembrando de um tempo distante, quando ele e seu pai saíam para caçar gambás à noite. Estava ali entre o revolver em sua mão e a estrada que passava às suas costas.
Pensava em se matar, acabar com tudo. Suas memórias estariam perdidas para sempre, não teria filhos para ensinar a caçar gambás, ou empinar pipas. Nunca mais veria cena igual àquela. O sol no poente transformando em sombra toda a paisagem. E o pinheiro ao seu lado.
Engolia seco. Começou a chorar e rir sem entender o motivo, queria um abraço, um soco. Era tanta coisa se misturando, tanta alegria, tanta tristeza. Tudo que já passara na vida, que demorara pra se desprender, agora se passavam de novo. Enfiou-se o revolver pela lateral da cabeça, respirou fundo e ameaçou puxar o gatilho. Quando uma voz - que não era grito – interrompeu-o.
_ O que há de não finito pra se acabar agora?
Ele nem sabia como responder, nem mesmo entendeu o que lhe foi perguntado. Chorou um pouco mais e abaixou a cabeça – e a arma.
_ Você tem 10 minutos pra me fazer sorrir, rir, gargalhar. O que for. Dez minutos, se conseguir a arma é sua.
Ele olhava pra pipa, depois pra sua mão. Se imaginava com um carretel e ... aos poucos foi se lembrando de um tempo distante, quando ele e seu pai saíam para caçar gambás à noite. Estava ali entre o revolver em sua mão e a estrada que passava às suas costas.
Pensava em se matar, acabar com tudo. Suas memórias estariam perdidas para sempre, não teria filhos para ensinar a caçar gambás, ou empinar pipas. Nunca mais veria cena igual àquela. O sol no poente transformando em sombra toda a paisagem. E o pinheiro ao seu lado.
Engolia seco. Começou a chorar e rir sem entender o motivo, queria um abraço, um soco. Era tanta coisa se misturando, tanta alegria, tanta tristeza. Tudo que já passara na vida, que demorara pra se desprender, agora se passavam de novo. Enfiou-se o revolver pela lateral da cabeça, respirou fundo e ameaçou puxar o gatilho. Quando uma voz - que não era grito – interrompeu-o.
_ O que há de não finito pra se acabar agora?
Ele nem sabia como responder, nem mesmo entendeu o que lhe foi perguntado. Chorou um pouco mais e abaixou a cabeça – e a arma.
_ Você tem 10 minutos pra me fazer sorrir, rir, gargalhar. O que for. Dez minutos, se conseguir a arma é sua.
3 comentários:
Me ache insensível.
Mas meu lado mais justiceiro diria a ele: Olha, se você não é capaz de reconhecer o quanto é preciosa a sua vida, o que ela representa e pode representar, se não pra você mas para outras pessoas, o quanto cada segundo é essencial e inestimável. Então meu amigo, já vai tarde.
edo...
Mas eu não teria coragem. :(
Aí eu ia fazer de tudo pro sujeito rir e se ele me entragasse a arma uhmmm... ...aí ele tava no sal.
Eu ia esfregar a cara dele no pinheiro.
:)
edo...
O pinheiro também ficou martelando em minha mente.
Talvez o tiro fosse suficientemente gracioso para despertar o riso.
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