Tentando parar de escrever,,,

Era um pequeno haikai, mas cresceu e virou um micro-poema.


Ela tinha
vários motivos
pra dormir
Mas não tinha
nenhum
pra acordar


Desatualização

Desculpem a falta de postagens e de visitas aos blogs, mas tem me faltado inspiração para escrever, para comentar e às vezes até falta de vontade de ler os blogs, ou falta de tempo. Tô engajada no projeto to Gol de Letras, me blog de futebol que tá deslanchando internet a fora, mas de acordo com o objetivo ainda precisamos chegar aos 600% de crescimento.

Falou

E quem gosta de Futebol http://gol-de-letras.esquadraointerativo.com.br/

1428

Viu a data no jornal. Apoiou os cotovelos no joelho. De lado anotou no rodapé: a data, mesmo que não fosse lembrar no dia, mesmo que não fosse ler o rodapé depois. Anotou a data do jornal, no rodapé. Na TV passava a guerra e na janela os carros. Preferiu a janela.
Um vermelho, outro branco, dois cinzas, azul marinho e um preto de luxo. Sentiu sua vida correr com os carros. Percebeu. Notou que a vida ia passando em contagem regressiva sem que soubesse em que número estava. Talvez lhe faltasse pouco. Caminhou até a casa, alongou os braços e bocejou. Espreguiçou.
A música bem baixa pra espantar a solidão. Ela estava só, mas não sentia solidão. Mesmo assim, a chuva insistiu em visitá-la. Visita é com s, pensou sozinha. Buscou um livro na estante, dois quadros na parede. Na varanda sentou ao sol, evitou as cadeiras, usou o chão.
Com os olhos percorreu a grama do vizinho, escorreu os pensamentos e anotou: 1428. Sem lembrar o motivo. Pensou em espanhol e concluiu em francês: Le Monde e sorriu achando engraçado que a paz só existia onde havia o caos. Resolveu pensar grego e tropeçou na mortalha de Penélope e procurou seu Dionísio.
Tentou lembrar de novo de onde vinha o número, não conseguindo foi dormir. Aquela noite sonhou muito, sonhou com sua velha casa, onde moravam os pais, na Rua Dionísio, São Paulo - SP, 1428, ap. 203. E acordou!

Incompleto

Incompleta
É a vida
Que termina
Sem avisar

Incompleta
È a canção
Que termina
Antes da cena

O completo
também quer mais

Teoricamente o post 180

Teoricamente 180 porque não confio no contador, e porque onde olhei conta os rascunhos que são muitos.

Eu só tava pensando sobre minha existência comecei por onde Descartes também começou, NÃO EU DEFINITIVAMENTE NÃO ESTAVA LOCALIZANDO UMA MOSCA NA PAREDE.

Mais um menos assim... Lílian vai andando pela rua, Lílian avista um Fiat Uno (de costas), Lílian mira o vidro trazeiro do Fiat Uno, Lilian se imagina entrando de cabeça pelo vidro, Lílian percebe que é só uma imaginação e conserta a postura.
Pronto, o ápice da coisa é em "Lílian percebe que é só uma imaginação". Imaginação? O que define realidade, o que define imaginação, o que define mentira? Comecei a pensar essas coisas, porque sou real, porque o Uno era real. Conclui que realidade era quando alguém além de quem está "vendo ou pensando" pode também ver e ou tocar. É real uma cena que outras pessoas puderam assistir.
Não! Sendo assim meus banhos não seriam reais, ninguém me assiste tomando banho.
Tá bom Descartes, você venceu: Penso, logo existo. Só isso, o resto é uma convenção.

Confirmado e conformada que existo fui procurar os quês, ques, porques, porquês, por ques e por quês. Desconsiderando Deus ou qualquer intervenção divina, superior, criatória e como mais puderem ligar isto à religiosidade e crenças impossíveis de confirmação pela ciência: Para que EU existo? Eu podia ser uma formiga e não ter o psicológico ativado, carregar folhas no verão, me esconder no inverno. Ou uma abelha, cheia de organização. Mas nasci humana, nasci pensante. Eu podia ser uma ecomaníaca, uma cartunista, podia ser normal e gostar de Beatles, podia ser normal e gostar de pessoas, podia ser normal e agitar com shows. Mas não, nasci alguém que se desacredita em tudo que a grande mídia crê, alguém que só escutará um CD inteiro de Beatles depois de engolir os cortes de cabelo dos mesmos, alguém que acha todo mundo muito falso, interesseiro, indiscutível e irrelacionavel, nasci alguém que só gosta de shows se forem acústicos, sentada, sem bebida cara.

EI! Pra que existo. De onde veio isto? De onde vim eu? Não falo eu "físicamente" o zigotozinho crescido. Tô falando de Lílian Alcântara, Lílian Alc, de onde veio este caralho a quatro que escuta o que eu escuto, que gosta do que eu gosto, que não gosta do que eu gosto. Como este ser se formou dentro de mim? Eu não posso ter formado este ser, porque eu sou ele, eu faço o que minhas vontade mandam, mas não sei porque estas vontades surgem.
Eu não sei pra que elas surgem.

Se alguém souber responder pelo menos o pra que eu existo manda um e-mail bem grande sem usar uma única vez a palavra Deus. Sem exemplificar consigo mesmo e principalmente sem me analisar. Só quero saber de onde "eu" vim e pra que, se souberem "até quando" ajuda um pouco.

Primeira parte - A contradição

08/12/2009 (20:16)

Os dias são apenas cargas horárias sobrepostas, começam com a hora que chamamos de meia-noite.
_ Discordo!
Ou começa com o nascer do sol às 6:00 hrs ou com o anoitecer 18:00 hrs.

Eu queria me apresentar antes de começar tudo. Hoje completam 7 anos que comunguei pela primeira vez, na Catedral de São João Batista. Não sou católica, não acredito em Deus ou deuses, estou lendo um livro espírita ditado pelo espírito Patrícia e psicografado pela médium Vera Lúcia Marinzeek de Carvalho. Esta sou eu: a contradição - em forma de pessoa, ou de diário.
A minha primeira bicicleta também foi a primeira de outras três pessoas, aprendi nela a andar sem as rodinhas, numa roça situada numa cidade à 20 Km da catedral citada anteriormente. Depois que tiram as rodinhas você acostuma a equilibrar-se sem fazer esforço: é como respirar, agora que você lembrou que respira provavelmente está se esforçando para controlar sua respiração, mas depois acostuma de novo e esquece.
Depois de tirar as rodas quis tirar as mãos. TIrar as mãos é tenso, você precisa estar confiante em você mesma, numa área mais ou menos plana e mais ou menos reta, no asfalto. Depois vai querer aprender fazer a curva sem as mãos. Depois descer o morro. Hoje, eu quis descer o morro curvo com os braços abertos em forma de cruz.
Quando eu era menor acreditava que abrir os braços na caminhonete, no barco ou no Titanic era simplesmente imitar o Cristo Redentor. Não é. Fora de uma bicicleta, um barco ou do Titanic você sentirá estas três coisas de uma só vez, raras ou nenhuma vez. E não abrirás o braço.
Sabe do que se trata tudo isso? De contradição.

Como já to indo em ordem inversa mesmo depois posto o que eu tinha planejado pra colocar na primeira folha do "diário".

Pequeno diários de conflitos de personificação

Tentei fazer um diário, tentei trocar ele com alguém. Desisti.Reli. Reanimei.

De: lilian_alcantara92@yahoo.com.br
Para: lilian_alcantara92@yahoo.com.br

10/12/2009

A melhor parte do Rum é a que queima na garganta.
A melhor parte dos relacionamentos é a que eles acabam.

Hoje não sou a contradição, talvez eu seja o masoquismo.¹ O masoquismo alheio, ou o próprio, tudo depende do ponto de vista.
Eu não sei se beber faz parte da vida ou se a vida faz parte da bebida. Às vezes eu penso que é o segundo e olho pro fundo do copo, vejo minha vida debaixo do líquido, e vou bebericando-a aos poucos.
Não sou de bebericar a vida aos poucos, é tudo mentira, eu gosto de tomar tudo num gole só. Nunca tomei um copo de leite revezando com o pão, ou é antes do pão ou é depois num gole só. O mesmo com a vida, o mesmo com a bebida.
Eu sei que tô nadando pr'um lugar mais fundo mas eu não ligo, vou nadando e só, às vezes mergulho ou pego um jacarezinho. Quando afundar afundou, fazer o que?
Mentira de novo, quando eu afundar eu vou reclamar que eu só afundo que eu queria dar pé mas não dou. Eu só não entendo porque eu posso nadar no raso e no fundo não... enquanto eu não entender vou fazendo assim, revezando entre fundo e raso. Ninguém tá entendendo nada por aqui né?
Eu sou em cima do muro. Eu adoro me arriscar, botar tudo a perder, mas quando eu perco eu volto atrás enfio a mão no cu e dou um jeito. E no fundo eu acho que gosto de ser assim. Alguém sabe meu signo pra hoje? ainda são 00:36 quero saber se o dia continua bom até o fim.

¹ No primeiro texto eu me descrevi como a contradição, quando chegar em casa posto ele.

Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.