As Rosas Não Falam

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim

Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim

Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim


É um pouco raro encontrar Lílian's por aí.



meu maior defeito é acreditar no que eu falo

e no que eu penso

aos poucos as pessoas perdem as esperanças com as coisas banais demais: eu não

Eu sei, to devendo postagens.
O yahoo já voltou a funcionar! Mandem e-mail pra lá.
Prometo escrever algo útil esta semana, ou até postar o que tem ocupado meu tempo. Ah! E talvez um novo blog, não sei quando sai...

A indicação do dia é bem umbiguista. Meu blog de download de filmes! Em específico o "documentário auto-biográfico" Tarnation.





Não sei se aqui atinjo nem metade das pessoas que me mandam e-mails... Enfim, a yahoo e meu computador estão num processo amargo de divórcio, portanto é mais confiável enviar e-mail para: lilian_alcantara92@hotmail.com
até segunda ordem...

Obrigada pela compreensão.

Só mais um post

Já era bem tarde quando fui acionada por uma ex-aluna de redação. Além de fazer perguntas sobre como eu ia depois de tanto tempo sem nos ver ela queria saber o que era uma "dissertação subjetiva". Tentei explicar, mas acabei me complicando. Aliás, eu também tinha um pouco de dúvida à respeito.

Àquela hora não era muito certo da minha parte acionar o Google, todo mundo precisa dormir. Até mesmo um site. Rascunhei em segundos o que eu chamaria de dissertação subjetiva, caso me perguntassem no pulo - como foi - e prometi levar à minha professora de português pra confirmar minhas desconfianças sobre o assunto.
Eu cheguei lá, ou quase.

Um Woodstock pentacampeão

Era pra ser mais um show de rock, com um monte de hippies assistindo e entrar no esquecimento depois de três semanas de jornal. Mas o Woodstock estrapolou todas as barreiras previstas e programado pra receber 180.000 pessoas acabou sendo invadido por 500.000, ou quase.

A festa aconteceu em 3 dias – 15, 16 e 17 de agosto de 1969 – o que quer dizer que estamos à 40 anos, quase exatos, depois. Ou à este tempo do segundo dia da festa que como pode-se perceber, não foi esquecida em semanas, nem décadas de jornais.

Drogas, sexo e rock’n roll. Maconha, amor e Janis Joplin. Com Jimi Hendrix tocando o hino dos Estados Unidos ao som de notas que mais pareciam tiros de fuzis e Janis sendo a maior estrela dos três dias de espetáculo, o festival entrou pra história com lastimáveis tentativas de repercussões, em anos bem distantes da guerra do Vietnã.

Meio milhão de hippies unidos em uma fazenda dos Estados Unidos ouvindo o melhor do rock do fim da memorável década de 60, dois registros de partos e quatro abortos, sabe-se lá quantos cigarros de maconha. Afinal, era uma oposição à Guerra do Vietnã, a maior exposição da cultura hippie, um grande encontro de amigos ou um erro que deu certo?

A república tupiniquim tentou incontáveis vezes reproduzir a festa, nenhuma edição do país do samba ou mesmo do país original alcançou o sucesso. Os tempos hippies do país do samba teve Raul Seixas no rock e o resto era MPB. Chico Buarque de Holanda ou Caetano Veloso. Nada de Janis, Jimi. Beatles, The Who e nhenhenhês solados por guitarras.

O Brasil sempre se destacou pelo samba e a bossa nova, os lanças-perfumes e o Rio de Janeiro, ser tropical e ter a maior floresta do mundo. O grande Woodstock verde e amarelo devia ser no corcovado, com aroma de loló, e a música? Como diria Drummond: letra de Chico com música de Tom. Até porque piratear a cultura de uma década, uma geração e um país que não lhe pertence, nunca vai servir pra comemorar nada além da falta de autonomia, relembrando também Cartola.


recomendação do dia: http://www.revistabrasileiros.com.br/edicoes/24/textos/643/

Os Anjos Caídos (ou A Construção do Caos)

"Pai, me ensina a ser palhaço

Pai! Me ensina a ser palhaço.
PAI! ME ENSINA A SER PALHAÇO!

_ Isto não se ensina, seu bosta!"

Foram estas as palavras que me fizeram, de alguma forma a encantar pelo Cordel do Fogo Encantado. Que tanto quanto Teatro Mágico, passa de banda à ser trupe. Narram poemas dignos do Nordeste, mantêm uma incrível presença de palco. E falam daquele clichê, demodê, tão perdido nas imbelezas da pós-modernidade.
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Não creio em Deus. Sou atéia, incrédula ou como queiram chamar. Prefiro não debater o assunto pra não ser ofendida nem ofender ninguém. De futebol, religião e política, só discuto mesmo futebol, e quando o meu time tá ganhando.
Mas um dia, alguma coisa que levava encarnada o nome de Deus me chamou a atenção. Creio em Deus como uma personagem magnífica. Assim como creio no Dom Quixote, no Fabiano de Vidas Secas ou na Allie de Taken. Sintam-se à vontade então:



Os homens são anjos caídos que Deus mandou para Terra porque
botaram defeito na criação do mundo. Aqui, começaram a
inventar coisas, a imitar Deus. E Deus ficou zangado, mandou muita chuva e muito
fogo, eu vi de perto a sua raiva sacra, pois foram sete dias de trabalho intenso,
eu vi de perto, quando chegava uma noite escura
Só meu candeeiro é quem velava o Seu sono santo
Santo que é Seu nome e Seu sorriso raro
Eu voava alto porque tinha um grande par de asas
Até que um dia caí
E aqui estou nesse terreiro de samba
Ouvindo o trabalho do Céu
E aqui estou nesse terreiro de guerra
Ouvindo o batalha do Céu
Nesse terreiro de anjos caídos
Cá na Terra trabalho é todo dia
Levantar quebrar parede
Matar fome matar a sede
Carregar na cabeça uma bacia
E esse fogo que a Sua boca envia
Pra nossa criação
Deus
Esse terreiro de anjos
Esse errar que é sem fim
Essa paixão tão gigante
Esse amor que é só Seu
Esperando Você chegar
Os Homens aprenderam com Deus a criar e foi com os Homens que Deus aprendeu
a amar.

Os Homens aprenderam com Deus a criar e foi com os Homens que Deus aprendeu
a amar.

O espelho da espuma

Não é o meu primeiro projeto de livro. Eu simplesmente nunca terminei um pela falta de organização mental e física. Eu escrevo trechos que gostaria de colocar nos meus livros por todas as partes, depois não consigo os unir e abandono a idéia. Desta vez contratei alguém pra receber todos arquivos de word e colocar na ordem mais sábia. Além de revisionar e colaborar no que mais for preciso.

Como tenho idéias demais, minha personagem vai à vários pontos de vários lugares, vivenciar o que for preciso, todas as idéias que eu me sentir obrigada à narrar neste livro ainda sem nome. Um dos trechos, ainda solto. É este:

A luz do banheiro estava ligada, e a porta aberta. Me aproximei. Primeiro eu descubro o que as pessoas gostam de fazer, depois eu observo como elas o fazem e sem querer acabo entendendo o por que.

Não fazia mais que três meses que eu dividia aquele apartamento com alguém. Embora ela parecesse apenas uma visita, ou alguma desconhecida perambulando pela minha casa, eu já tinha me apegado à presença silenciosa dela. Vivíamos cenas de solidão à dois.

Cada um almoçava no seu quarto, comidas diferentes, lavava a própria vasilha.Conversávamos pra pagar a conta e não muito mais. Não sei se ela tinha medo de mim, se não gostava de conversar ou se sentia-se muito inquilina e tinha medo de me incomodar com sua doce voz sem sotaque.

Encostei na porta do banheiro para conversar com ela, minha mãe fazia isso quando queria brigar comigo. Não creio que minha cara, naquele momento, era séria. Mas ela também pareceu sentir-se um pouco amedrontada de alguma bronca, até uma expulsão – talvez.

Me olhou através do espelho e continuou a escovar os dentes, tirando os olhos dos próprios olhos e olhando fixamente pra mim, evitava virar:

_ Não é engraçado o espelho?

Continuou calada escovando os dentes.

_ É sim. Meio gozado que quando olho pro espelho daqui não vejo nem sombra minha, vejo seus olhos, e você vê os meus, não é? Oxe, não é?

Enxaguou a boca, gargarejou a água e sem muita vontade respondeu que era mesmo.

_ O melhor é que eu sei que estás me olhando enquanto te olho e isto é bonito. O espelho me faz pensar, sempre fez.

_ Não sei se pelo espelho também. Eu penso escovando os dentes.

_ Você gosta de escovar os dentes, eu sei. Mas não é pra pensar.

_ Pensa que é pra que então?

_ Quando escova os dentes deixa propositalmente a espuma escorrer pelos cantos da boca, criando assim uma barba. É da barba que você gosta. Queria ter uma igual a minha?

_ Eu gosto de barbas?

_ É o que me parece.

_ Ah! Eu gosto, mas em homens.

_ Você vê o homem ideal no espelho, quando a espuma cobre seu rosto.

_ Porque você ta me falando estas coisas?

Não lembro uma frase a mais. Porém a única certeza que tenho é que a próxima frase já não estava no mesmo contexto.

A gente sonha a verdade?

Enquanto tentava concentrar-se em sintonizar o velho radinho de pilhas na corrida daquela manhã e rememorava os velhos narradores, uma vozinha que não chiava pelo rádio surgiu na porta da sala. A voz era doce e suave, não era grave como a de um homem, tampouco aguda como a de uma mulher.
Sabe estas coisas que lembram outra sem ter sentido? Como "Vanessa" lembrar "pia". Aquela vozinha lhe lembrava algodão. Enquanto decidia se o algodão era o do algodoeiro ou do pipoqueiro da porta da igreja os passos leves se aproximaram:

_ Vovô, a gente sonha a verdade?
_ Como assim? Algum palpite pra quem vence a corrida de hoje?
_ Vô... presta atenção em mim! - irritou-se o garotinho.
_ Sim meu filho, pode falar, mas eu apostei com seu pai que o Senna é que ganhava.
_ Vô! Me escuta! Quando a gente sonha é verdade?
_ É verdade o que? - respondeu com agilidade incomum à sua idade
_ O sonho!
Começou a se lembrar do sonhos, ainda aquela noite tinha sonhado com um cachorro urinando nos postes da rua. Fazia sentido naquilo? Ele não ia vigiar os cachorros da rua o dia todo, muito menos a semana toda. Então era melh...
_ Papai, o vovô não quer falar comigo. PAPAI!
Despertou-se ágil novamente.
_ Quero sim, vem cá. Senta na perna do vô e repete a pergunta.
_ É que eu tive um sonho e eu quero saber se eu sonhei porque aconteceu ou vai acontecer aquilo.
_ Ah! Quando eu tinha sua idade eu sonhei que eu era casado com uma senhora bem velhinha de cabelos lisos e que parecia com o Zuenir Ventura, conhece o Zuenir?
_ Eu não perguntei isso.
_ Ah... mas se você visse o Zuenir do lado da sua avó - e esboçou um sorriso - você ia entender sim.
Agressivo desceu do colo, deu duas voltas na sala com as mãos para trás olhando firme para o chão. Apontou pro Vô e disse:
_ É que eu sonhei que tinha um velhinho parecido com a vovó, ele era escritor e falava daquilo que o papai também fala.
Fez uma cara curva de interrogação e abaixou a cabeça, juntou as mãos e tentou pensar em como encerrar o assunto, que ele já não acompanhava mais.
_ Vô, eu acho que este velhinho é este Zuenir... eu acho... ele é irmão da vovó?

Diversidade

Quem escreve sabe o quanto é difícil manter a inspiração. Dois passos rápidos de uma criança podem lhe conceder um texto inteiro. Mas ele virá sobreposto todas as frases em um segundo só, pra organizar, escrever e mostrar pra alguém depois é bem difícil. É difícil escrever o início do texto sem a pressa de chegar ao final, antes que você esqueça tudo que perdeu-se naquele segundo e mesmo assim... talvez ninguém nunca tenha escrito exatamente o que veio a cabeça.
Acabo de passar esta experiência mais uma vez. Abri este blog com a intenção de fazer um cabeçalho, uma máquina de escrever, desenhos, o nome do blog, meu nome, algo escuro pro blog não ficar branco demais. E o que me saiu? Este cabeçalho realmente não marca minha Insônia Registrada e ainda é branco, meu blog está branco demais.
Fui até o blog da minha irmã, é que ela pediu pra divulgar, eu precisava ler pra saber o que falar. Legal, a cara do blog, o primeiro texto, a idéia. Mas não consegui pensar no que falar, percebi que a história que ela escreveu parece com meus inventos aqui postos e pensei se as histórias que escrevo não seriam verdades em outra parte do mundo, em outro lugar. Pra alguém aquilo era real demais? Se determinada pessoa lesse determinado texto meu ela não gritaria "ei você anda espionando minha vida!"?
Viagem demais. Viagem demais.

Fui pulando de blog em blog e encontrei mil coisas que eu postaria aqui como indicações, vídeos, músicas, textos. Tudo ao som de DigitalDubs. Reggae e "rap" mais ou menos, passando pelo eletrônico, é o som que me sai aos ouvidos. Demorei muito pra entender que este tipo de música é um timpo de revolução, de protesto. "É o movimento!".
É difícil indicar um tipo de música assim, as pessoas têm preconceito. Se a música fala de drogas dizem ser apologia, mas não. É só realidade. Da mesma forma que a realidade das caronas da minha irmã possam parecer meus textos, e meus textos possam parecer realidade... a realidade É apologia.
"o Rio de Janeiro, uma grande favela com uma cidade no meio". E porque um dia disseram o contrário? Cidade com uma favela ao redor? Mapa múndi com destaque para os países do norte, não é a mesma coisa?
Viu como a inspiração passa? Não sei manter o assunto, não sei chegar ao fim, não sei... ah. Prometo voltar a escrever daquela forma um dia. Que lhes sirvam pelo menos os links.
Aliás, enquanto minha irmã viaja de carona. O Eduardo viaja de bicicleta, outra indicação.


Pra quebrar o silêncio

Aos poucos minhas palavras vão se fazendo silêncio. Minha correnteza de idéias é sempre ao contrário, enquanto meus blogueiros preferidos aproveitam as férias para escrever todas as idéias que não puderam anotar durante o período letivo, eu uso as férias para calar-me e apenas ouvir.
Tenho lido mais que escrito, e minha cabeça me parece uma revolução de idéias. Se eu colocasse todas em prática não faria nenhuma. Faço o fim pelo contrário, nenhuma pra não fazer todas. Quanta coisa nova descobri com o Desembocadouro do Bruno.
De leitura em vídeo assistido, música escutada, poema analisado e programa de tv repetido conclui a teoria já há muito mencionada pelos professores de qualquer faculdade: um blog vive de links. Sim, de links. Porque precisamos da intertextualidade. Um blog que simplesmente indica links pode não ser o melhor, mas tampouco será o pior. Um blog de conteúdo ruim e sem links não será lido nem pelo autor.
É raro eu indicar uma música, um vídeo, um site por aqui. Eu sei. Mas pra cobrir este meu silêncio vou começar a "desembocar" uns favoritados de vez em quando. (Coisa que tenho feito também no twitter.)
Enfim... sem fim... os companheiros insonos devem ter assistido nesta madrugada o programa Som Brasil em homenagem aos Paralamas. Nada a reclamar de nada. Foi excelente. Só queria indicar uma das cantoras participantes a Maria Gadu:



Esta música não deve ser a melhor dela, mas pra interpretar é a mais divertida, consegui achar mil significados sem pensar mil vezes.

Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.