Eu não sou eu


Eu deveria saber que não sou eu o ser mais próximo de mim mesma, eu sou eu e o contrário desta frase diz o mesmo, porque não tem contrário em ser eu. Ou tem? Não ser eu seria ser outra pessoa? Mas esta pessoa passaria a ser o meu eu e eu ainda seria eu, e se tenho base tão forte em mim, faria daquele outro eu um reflexo perfeito e não inverso do que sou hoje.
Quanto a ser próxima de mim eu não sou, me perco no distante no vazio que mora em mim e viajo por lagos e mares estatelando-me em pensamentos inuteis que me faz por um segundo estar tão distante e tão distante que deixo o meu corpo desalmado, uma viagem cósmica (ou quase isto).

Semáforos que se enaltecem tornando-se três marias, umas constelação verde,vermelo e amarelo. Cores que me rodeiam por toda a parte, seja ela o inteiro ou só uma parte.
E nada disso faz sentido, é tão estranho, e tao óbvio mas eu me perco comigo. É como se não tivesse nada abaixo da minha cabeça, tudo é mais alto, tudo é mais esperançoso e derrepente um baque, um tropeço, uma queda, queda livre. "Abaixo, sempre sul é a direção".
Tudo bem se minha mente é fantasiosa, se me convenço fácil pelos livros, ou sou difícil para os amigos. Tudo bem uma ova, tá tudo errado, atrapalhado, deconfigurado, preciso de pé no pedal, correr mais, acelerar o que posso, passar o próximo (obstáculo). É tão ruim ser alguém reflexivo e alguma coisa me diz que é mais fácil saber a idade exata do planeta que tentar entender a minha cabeça. Talvez seja por isto que já existiu bilhões de pessoas pesquisando origem da Terra, e nenhuma se quer procurando me entender, confesso que nem eu.
Pra que entender, quando a ciência é exata? Mesmo que eu entenda por que eu gosto mais de chocolate preto, vai continuar sendo assim, vou continuar comprando chocolate preto, e se eu não entender também dá na mesma. Então: pra que preocupar em me entender?
Eu não sou eu. Se eu fosse, não estaria aqui.

Pases 2ª etapa e seus efeitos corrosivos

Dois dias de prova, duas novas piadas, três crises de falta de humor, meio livro de Decartes, dois capítulos de Quando Nietzsche Chorou, três elogios quanto a minha capacidade mental e um novo apelido ofensivo.

Também não vejo muita importância nisto, o bom foi o poema nada a ver que eu fiz e fez sucesso:

As vezes acredito
Que é impossivel ser feliz
E quase faço o que me diz
Eu até tento encontrar no vão
Algo que não pareça ilusão
Mas eu nunca acho
E a cada dia
A vida parece mais igual
Eu descubro
Ninguém é o tal
E é mão na roda
Pé no pedal
Dá o fim
Pro meu começo
E eu quase me esqueço
Que eu não sei
Se eu mereço
Mas eu acho que não

Observação básica que o poema está escrito em cima de um bilhete exatamente assim:

LIVIA - LILIAN
FAVOR CARREGAR
(algum espaço para outra anotação com a mesma letra)
3ª4ª 9:00
3ª 5ª 18:30

não tenho nada de bom nem inspiração, beijos até ano que vem

Pazinha Azul

03:52 - 25/12 - adoro natal [/ironia]

Desde que vi aquele cara falando "estamos procurando a todo momento sentido nas coisas, sentido em viver, sentido em tudo... e as coisas quase nunca fazem sentido (...) temos é um excesso de imagem, todas querendo nos vender algo, se pudéssemos ver só o que fosse marcante, o que fosse pra ver(...)".
Sim, se pudéssemos ver só o importante, e ficássemos cegos o resto do tempo... correria o risco de algum segundo fazer sentido. (um estrondo, deve ser foguete)
Que sentido tem essa minha vontade de fazer as coisas que passam pela minha cabeça? Me sinto infantil pensando isto, tudo bem: EU SOU infantil.

E talvez, se a pessoa mais importante... não familiar, não profissionalmente. Mas o diário ambulante, aquela pessoa pra quem você conta seus sentimentos ocultos, que você insiste em esconder até pra você mesmo. Se esta pessoa sumisse, deixasse de existir... tudo tornaria um tédio e você não teria a quem contar nada, nem faria força pra ter o que contar. E num dia qualquer de outono, ia sair pra comprar um sorvete de duas bolas, uma de coco e uma de morango. E você não gosta de sorvete de coco com morango, coco é enjoativo, morango só com calda de chocolate. Mas não tem calda de chocolate, é só sorvete de coco com morango. Depois de tomar o sorvete pensando essas coisas ridículas que a gente pensa quando não tem o que pensar, você limpa com todo cuidado do mundo a pazinha azul do sorvete, limpa no guardanapo, na barra da camisa... tira uma caneta de cima do balcão da sorveteria, anota seu nome, a data e guarda a pazinha dentro da carteira. Agora, por mais lúdico que seja, sua vida faz um sentido. E aquela pazinha significará tudo pra você, todos os verbos que você praticar.
Até seu último dia de vida, não se cansará de olhar pra pazinha azul e chorar coisas que você não entende, levará ao túmulo, se não tem a pessoa pra quem contar seus segredos, tem uma pá pra enterrá-los, enterrá-los todos.

Você volta pra casa, satisfeito com o sorvete. Entra no banheiro pra chorar, não mora ninguém com você, mas precisa se esconder do resto da casa. O banheiro parece perfeito, sempre é. Quando vai sair a chave quebra na fechadura, impossível sair. Tira o celular do bolso, liga para o chaveiro, são três da madrugada. O chaveiro enrola muito antes de vir, às cinco horas ele consegue entrar na sua casa e abre a porta do seu banheiro. Com muito sono e preguiça você lança um sorriso de agradecimento, e vai pegando a carteira pra pagar o chaveiro. Sorrindo também ele diz:
_ Se soubesse que tinha um sorriso tão lindo, eu teria vindo antes.
Agora você tem mais um sentido na sua vida, todos os dias sorrirá para o espelho, e acreditará que seu sorriso pode resolver problemas. Você pode solucionar o mundo e acredita nisto.

No dia seguinte, quando acorda bem tarde resolve abrir a caixa de correios, e num fluxo perfeito. Certamente com a melhor fotografia de um cinema polonês, você descobre um bilhetinho amarelo, letras prateadas e arredondadas.
Eu te amo mas quero que continue a me odiar. Apenas estou cumprindo com o que lhe prometi. Fim:

Como assim? Fim e dois pontos? Isto indica que tem continuação? Que tem observação? Esqueceu de escrever o resto? Era um ponto e o outro foi sem querer? Dois pontos? Dois pontos?

A pazinha! Você recolhe ela do seu bolso, olha-a fixamente. Uma lágrima escorre: pra você faz sentido.

Queda livre

Se a gente ta aqui no alto
A gente ainda vai cair
Então aproveite o momento
Veja que está no ar
Agora, no alto, em alto mar
E me dê a mão

Quando a gente estiver lá em baixo
Me abrace e diga que não
Não, não acredita
Que estivemos juntos, sufocados, mais um verão

E se é pra descer
Me dê a mão
Vamos juntos
Vamos livres
Abaixo, sempre sul, é a direção

Não nos querem de mãos dadas
Querem um soldado a mais na guerra
Uma menina a mais no balé
Mas a gente pode remar contra a maré
E só você sabe do que é
Que eu to falando
E é sempre sempre assim como é
Quanto tá tudo certo
Tudo em paz

A gente vai descer
Se segura
Soltaram os freios
Em queda livre
Um segundo só pra respirar
Nenhum pra pensar
Pra te abraçar
É só cair

E quando estiver lá em baixo
Não terá mais medo
Nem segredo
Só algum metro pra subir
Não vamos entrar em pânico
Sempre o alto, sempre o norte
Nossos pés seguirão
É inverno, o vento é forte
No inferno da estação
Lá em baixo é tão dificil
E eu vou olhar nos seus olhos
E eles nos ajudarão a subir

Ela nascera com maus antecedentes e agora parecia uma filha de não-sei-o-quê com ar de se desculpar por ocupar espaço.
(Clarice Lispector no livro A hora da estrela)
Comigo parece ser sempre assim, personagens simplesmente nascem. Sinto fortes dores de cabeça: é a bolsa do parto de idéias se rompendo, uma frase é lançada ao caderno de cabeceira. Um novo personagem se descorre por algumas semanas. E depois não sei se escrevo ou interpreto.

Vou ter um ataque de nervos
Vou ter, sinto minhas veias pulsarem
Vou ter um ataque, mas antes eu ataco
Quero um downer, um down
Estou ficando maluco
Camisas de força, por favor
Qualquer coisa
Vou ter um ataque de nervos
E me jogar do sexto andar
Deus me proteja
Vou ter um ataque de nervos

(Cazuza - Ataque de Nervos)

Sim, meus personagens me atacam. E eu os ataco. No fim o provável: um ataque de nervos.
Estes devaneios que chamo de personagem são parte de mim, mas não me são inteiros, é estranho. Têm algo que eu não tenho, queria ter, tenho medo de ter, odeio quem tem, são amáveis. Sou psicóloga de todos meus personagens, nossos relacionamentos nascem sempre através da informalidade, um joguete de palavras. Ninguém pede pra vir ao mundo, simplesmente nascemos. Mãe são quem concebem e os pais, ah os pais não sei bem a respeito. Sou mãe, de tudo que escrevo (de todos meus personagens [e desculpe a repetição da palavra]).
Então apresento meu recém-nascido Bilddere A (sim, é um anagrama).

Anotações de Bilddere A.

(13 horas, Brasil, algum ano terminado em oito, ou outro.)
A estrada me parece ser somente a entrada pr'essa tal de liberdade.
E quem disse que fora de casa estamos livres? E fora da prisão então?

(19 horas, Brasil, algum ano começado em dois, ou mais)
Descartes conseguiu chegar a conclusão de: o que existe?
Ah lembrei: Existo, logo penso.
Não não, o inverso: Penso, logo existo.
Minhas anotações não pensam, existem?
E meus pensamentos?

(08 horas, Argentina, dois zeros no meio de um ano)
Década de 50 - transições pós-guerras
Década de 60 - revoluções sócio-culturais (mais culturais)
Década de 70 - Rock and Roll
Década de 80 - Punk, "fim" da idade industrial
Década de 90 - Fim da Guerra Fria, ressaca cultural dos anos anteriores
Década de 00 - nada de mais
2010, 2011
2012 - Segundo os Maias, o mundo acaba.

(17 horas, Lugar Algum, 2008)

Você não pode estar tão cego(a)
à ponto de não perceber
Estou indo embora
Por você!

(17:05, Aqui, década 00)

Close your eyers
Listen me, please

Me dê a mão e aperte forte
Depois, um abraço e boa sorte
Ei, eu vou pra longe
E posso não voltar
Seu abraço de agora
Pra sempre me acolherá
E eu vou andar sem fazer a barba
Lembrarei sempre de sorrir toda pela manhã
Levarei teu brilho comigo
(Te guardarei do peito ao umbigo)
Pra bem longe, eu vou estar
Mesmo que a gente nunca mais se veja
Te verei pra sempre em meus olhos (nos meus sonhos)
Nas costas, todo o peso
De nunca mais voltar
Mas par sempre eu vou estar

Riscos

Tenho que correr os riscos. Eu quase nunca me arrisco, este é o perigo.

Quando atravesso a rua pela manhã corro o risco de torcer o pé e me machucar. Mas é tão inconsciente que eu nem penso duas vezes entre um passo e outro. Se tropeço nem vejo, no final do dia lembro que andei de um lugar a outro, nunca lembro se tropecei, quantas vezes torci o pé, de quantos em quantos metros parei para amarrar o tênis.
Queria ser assim com o resto todo, me arriscar para todas as outras coisas. Escrever um pouco mais sem tremer tanto com os erros ortográficos, estudar um pouco menos sem perceber o risco de não passar no vestibular, no fundo... bem no fundo eu estaria aprendendo bem mais. Não com o consciente ligado, o consciente atrapalha, me coloca tanto pra pensar antes de um ato, que perco o tempo de praticá-lo.



Feliz Natal papaii noel!

Pisca-piscas pela cidade, bolas vermelhas nas árvores de natal, os sapatinhos atrás da porta, velhos gordos contratados em atacado pelos shopping centers para servir ao menos uns dias de papai-noel.
O capitalismo devorava décimos terceiros como um esfomeado com úlcera, o consumismo sobe a flor da pele, toda a classe média comprando presentes pra amigos, namorados, família e filhos. Beatas começavam reuniões por toda a cidade, e como sempre fazem em todo o natal, abre-se a bíblia e inicia-se então mais uma novena de natal, elevam suas almas a Cristo e pedem renovação, renascimento, quase a mesma ladainha do domingo de páscoa. Perus engordados o ano inteiro com ração cheia de trangênicos cacerígenos vão sendo degolados aos montes e entregues aos frigoríficos, para matar a fome do consumismo.

Lá no fundo de seu casebre dividido ao meio com os cupins estava o único homem realmente isento de toda a parafernália do Natal, talvez o segundo Gepeto dos contos infantis: Getúlio, um velho barrigudo, de pele rosada, barba longa e cabelos cacheadinhos. Quase um papai-noel. Nunca comemorou nenhuma data religiosa, para ele Jesus foi um líder religioso e nada mais, se fosse comemorar o nascimento de Jesus, faria-se necessário comemorar também o de Maomé, Buda, Gandhi e tantos outros.

Eis que encontrava-se ali o único homem que sabia verdadeiramente equilibrar o comunismo que sonhava com o mundo capitalista lá fora. O fato é que mais uma vez sua aposentadoria não tinha suprido seus gastos durante o ano, por mais que não gastasse muito. Mais uma vez se subordinaria aos vicíos natalinos e arrumaria um emprego qualquer de papai noel em um shopping destes.

23 de dezembro

Estava sentado em frente à lindas vitrines de vidro, enfeitadas com pisca-piscas. Aos poucos a fila de crianças para tirar foto com o bom velhinho diminuíam e sua transpiração aumentava mais a cada segundo. Lembrancinhas para crianças, beijinho na bochecha, tapinha nas costas e um leve: ho-ho-ho feliz natal.
O que ele realmente não entendia é porque o papai noel de um país tropical, em meio a um calor infernal usava roupas de inverno como se estivesse em meio à neve dos países do norte. Ah sim, era mais uma influência capitalista, norte-americana. E mesmo que tantos anos se passassem ele podia ser visto sempre na mesma cadeira abraçando crianças da classe média em véspera de natal, mas nunca se acostumava.
_ Sim, todos os anos a mesma coisa. O máximo que muda são as rugas, sempre aumentam.
Onze horas, informou as badaladas do sino de um presépio em tamanho real que fora posicionado à 20 metros atrás dele. Olhou com calma para os lados e não avistou nenhuma criança tentando chegar a tempo de uma foto. Levantou-se com bastante dificuldade, pegou o saco de lembrancinhas no chão jogou nas costas e foi andando para a diretoria do shopping, receberia o pagamento e um "até ano que vem". Depois de tudo acertado, e um fogão de brinde pelo 10º Natal em parceria com o mesmo shopping, saiu de lá afim de pegar um táxi e acordar só no dia 26.
_ Você não é papai noel.
Olhou para os lados, tentando entender de onde vinha a vozinha doce.
_ Oi?
_ Você é o papai noel?
Olhou de novo e não viu nada.
_ Quem está aí?
_ Quem mais seria? Te escrevo todos anos desde que aprendi à escrever, não é capaz de me reconhecer?
Tentou tirar de si todos argumentos que teria um papai noel para não reconhecer uma criança específica.
_ Me desculpe garoto, mas não posso te ver, como vou me lembrar quem é?
Saiu de trás dos carros um menininho sujo, com um saco de latas nas costas e o olhar de criança com fome na França Socialista.
_ Agora sabe quem sou?
_ Claro que sei, você é o mais especial de todos os meninos neste natal.
_ Vai ao menos me levar o presente que te pedi?
Revirou os bolsos e encontrou, por sorte, um último brinquedinho..
_ Toma.
_ Não te pedi um super-homem. Te pedi pra ser um.
_ Mas eu sou apenas um velhinho que gosta de crianças, não tenho super poderes.
_ Você nem se lembra o que te pedi.
Getúlio não entendia de forma alguma o que queria a criança, precisava urgentemente arrumar uma saída. Odiava ter que mentir lá dentro do shopping, aqui fora então era como se estivesse sse suicídando aos poucos.
_ Onde estão seus pais?
_ Te disse que não era papai noel coisa nenhuma.
_ Hoho, sou quem então? Vovô noel? Nesta minha i...
_ Você é um empregado deste shopping fedorento em que não me deixam entrar. Se você fosse papai noel de verdade iria me visitar a meia-noite de amanhã e traria meu pai de volta.
Depois de mais algum tempo de conversa, viu que o menino tinha razão sobre tudo que falava, era pequeno demais pra saber tanta coisa, para ouvir o que ele tinha a dizer também. Não se sabe como, mas algo o convenceu a levar o garoto pra casa, dar um banho, um prato de comida e quem sabe uma cama quente.
Duas horas mais tarde, o garoto estava jantando à mesa de sua casa. E Getúlio percebeu que não sabia nem mesmo o nome da criança, e resolveu perguntar com muito medo de ser atacado pela genialidade infantil do menino cheio de curiosidades de novo.
_ Qual seu nome?
_ Francisco, pensei que soubesse.
E o tilintar de talheres rompeu com a conversa. Deu um abraço no garoto, depositando nele todas suas últimas esperanças de vida, as esperanças de um papai noel de shopping, de um velho comunista que sonhava com sociedades alternativas e devorava livros de Marx.
Deitou o menino na cama, deu-lhe na testa um beijo de boa noite, o ar quente que saía das narinas de Francisco assustou-o, e com um leve tropeço para trás acordou o garoto. Só teve tempo de ouvir:
_ Sabe papai noel, pensei que nunca me daria um pai. Agora tenho um, e é incrível que para mim todos os dias agora serão natal, obrigado papai noel, muito obrigado. Feliz Natal!
A exclamação de fim de frase, foi a última coisa que teve tempo de ouvir, sentiu seu coração acelerado ao ritmo de canções natalinas e depois não ouviu mais nada.
A maioria conta que avistou uma luz branca, uns falam que seguiu até ela e foi recebido de joelhos por Jesus, outros contam que viu a luz mas nunca seguiu até ela, continua vendo branco. Mas o menino Francisco sempre disse que ele ainda ouve canções natalinas e mesmo que ninguém perceba, passa pelo shopping todos os natais, pra rever na vitrine alguma miniatura de super-homem.

Eu não quero amar deste jeito
De quem finge não ver defeito
Não levo o menor jeito
Pra este negócio de amor

Não quero acordar acompanhado
Construir uma vida lado à lado
Pra depois me separar

Quero acordar sozinho
E ter pra quem telefonar
Odeio vida fácil

E não tem graça
Se não precisar te procurar
Não é medo de largar a boemia
É medo que seja sempre minha
E eu não saiba cuidar

Baby, me desculpe mas eu não quero me casar.

Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.