O poeta está morto

O poeta morreu
Mas ainda está vivo
Cheio de dedos
Suas digitais
Marcadas no teclado

Está vivo
Na estante
Sua coleção de nãos
Todas fotografadas
Em lágrimas agonizantes

O poeta não morreu
Se é poeta
São poemas
E eles estão todos aqui
Espalhados pelo chão
Mesmo que cobertos de sangue

Tudo aqui
Lápis apontados
O copo
Meio vazio
Meio derramado

O poeta não vai acordar
E nunca mais vai dormir
Não dorme
Não vive
Não morre

Se fez imortal
Com seus poemas
De reflexos mortais
E o brilho de sua espada
Vem das lágrimas
Assim como todo os poetas
De triste se fez extinto

Quem é que escreve
De louco
Sobre o poeta morto
E quase prevê
Sua morte súbita

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Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.