Dos meus antepassados até você: quem sou eu?

É ignorante o ser que tenta se definir, que seja com uma palavra, uma frase ou um texto. Alguns chegam a fazer livros, ultrapassam os limites da ignorância.
Por mais que ninguém veja, todo ser é ilimitado: de histórias pra contar, e nem se lembra de todas. De onde veio e onde vai chegar é impossível dizer. Uns dizem que suas histórias começam ao nascer, outros no casamento dos pais. Mas estão errados, a sua história começa com os pais de seus pais que eram filhos de outros pais que tinham irmãos que os apoiaram, que tinham maridos e mulheres, filhos ... e toda árvore genealógica, para cima e para os lados. Onde sua família começa?
Vai além do início de sua história e do verdadeiro fim. Que fim é esse? Se seu túmulo ocupará o cemitério por tanto tempo, se sua vida se fará história para os netos de seus netos, e seus rascunhos, estudos para outra humanidade? Que fim há se o infinito te persegue?
E se quer saber, os dias que se passam do seu nascer à sua morte é mais ou menos o tempo que demarca o meio de tudo isso. E nem este meio, alguém é capaz de definir, delinear, contar, expressar ou explicar. Este meio contém as dificuldades do seu parto, que você certamente não lembra, contém as suas emoções de meses de vida, que talvez nem entendesse, fatos e pessoas que você vê na rua sem sequer notar. Sua vida não é o que você pensa, nem as viagens mais marcantes.
Difícil, é expressar a vida. Como fazer uma auto-biografia se nem sabemos quem somos nós? De onde viemos, o que fazemos, se temos vida passada e vida além. Acreditamos também, acredita-se em vida passada, outros em vida além, mas no fundo uma incerteza cobre todo ser. E das incertezas tentamos nos demonstrar certos, que é pra não explicar muito. E ninguém no fundo sabe quem é, vive controlado por um outro ser aqui dentro, e eles as vezes brigam. Um não quer e o outro no impulso faz, um bebe e o outro esquece.
Ilusão é achar que somos alguém, não somos nada. No máximo, uma carcaça que pensa junto com os vínculos que misteriosamente temos com nossos antepassados, que nem sabemos quem são. Somos todos resultados de milhares de somas, e de soma em soma, tornamos números, estatísticas, e dos números herdamos uma coisa inimaginável, a falta de começo e fim.
E assim vivemos, do fim ao ínicio sem sequer passar pelo meio. A história infinita de todo ser!

2 comentários:

Anônimo 31 de julho de 2008 às 02:09  

Viagem.....das boas!!

Anônimo 1 de agosto de 2008 às 20:52  

Nunca havia pensado nisso...

Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.