De Onde Vem a Inspiração?


É que a inspiração é algo muito abstrato, sento em frente à mesa do computador. Abro meu blog, tento forçar algo para escrever, rejeito minhas próprias idéias. Procuro um ambiente que inspire algo, leio alguns trechos de livros, ouço alguma música, coloco meus óculos, tento ser leve. Nada de inspiração. O mesmo acontece quando preciso fazer um texto na escola.
Mas a noite, depois que saio do computador, guardo todos os papéis e canetas espalhados, deito na cama, longe de qualquer fonte de inspiração, afundo o travesseiro com a cabeça, e fecho os olhos já preocupada com o dia de amanhã, ela chega. A visita que esperei o dia inteiro, repousa ao meu lado me dando ilustres idéias, aquelas de quais eu me orgulharia infinitamente se escrevesse. Vêm prontas, o texto, o paragráfo. Tudo.
Me reviro na cama tentando imaginar uma forma de não levantar meu corpo pesado pela sonolência e anotar o que estou pensando ainda assim. Não encontro um jeito, fico repetindo cada frase que me vem a fim de decorar. No dia seguinte de nada adiantou, minha inspiração foi descartada. Já não me lembro nem o que ocorreu depois que respousei na cama.
E às vezes me pergunto se a inspiração não pode ser educada, para vir todos os dias no mesmo horário, assim como a fome ou o sono. E ainda não encontrei um jeito de fazer isto. Outro defeito da inspiração é que ela vem em imagens, em arrepios, fatos, frases feitas. Não vem em parágrafos. Não é nada fácil tentar passar o que me vem na cabeça para o papel. A inspiração é uma idéia em outra dimensão, deve ser através dela que conversam os extra terrestres.
E termina assim, inspiração não tem fim, inspiração não tem conclusão. Passei algum tempo vendo fotos, e não consegui encontrar um fim. Inspiração é um dom cheio de defeitos... e sempre termina em reticências. Quem consegue contornar as reticências do fim? Estes sim têm o meu aplauso, estes sim sabem inventar algo sem inspiração. Quando chego ao fim do texto, minha inspiração já se foi. Isto se é que ela veio.

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Pesquisa

04/08/2009

No final de 2007 eu perdia o sono semanalmente pensando em algum texto. O cansaço físico me impedia levantar da cama para anotar os poemas, textos e frases que vinham à cabeça. Criei então o Segundo Lílian, em Junho de 2008. Postando anotações feitas na madrugada, sonhos rememorados na manhã seguinte, inspirações do meio do sono vespertino. Sem habilidade de escrita tive um blog trágico, perdi meus leitores e a vontade de escrever.
No final daquele ano resolvi criar o Insônia Registrada. Já que todos meus textos eram decididos durante a insônia, ou me tiravam o sono. Era um novo blog, pensado diferente, com novo tema, nova forma de escrita, novo visual - que já foi modificado uma dezena de vezes - além de agora um período de vida bem mais traduzível em letras.
Hoje, o blog já virou um vício. Textos, links, vídeos, descobertas, lembranças... tudo vem pra cá. Tirando o sono de quem lê também. Tamanho vício me levou a criar um blog de esportes, um de filme, participar brevemente de um blog de humor e me fez até perder a vergonha do Segundo Lílian.
Porque segundo Lílian, a insônia será registrada.